O GRANDE "ERHUÍSTA"

Mensagem de Rog

O GRANDE "ERHUÍSTA"
Para quem nunca percebeu nada de música, dediquei-me a aprender a tocar erhu. Este instrumento, também conhecido no Ocidente como "violino chinês", tem apenas 2 cordas. No entanto, também se usa o arco para as fazer vibrar e ressoar numa caixa de ressonância. Pode ser tocado a solo ou em orquestras.
Gosto imenso do som do violino, mas acho que aprecio ainda mais o do erhu - até porque foi barato (com mala de transporte - 35€).
Estou mesmo no início... tipo a aprender a escala musical e onde se reproduzem as notas. Parece fácil de tocar, mas não é.
Quando for possível, exibo alguns dos seus sons, mas, para já, não tenho como os captar.
ROG

Num restaurante japonês em Macau



Nas muitas viagens gastronómicas realizadas, feitas de espírito aberto, esta ficou registada novamente pela câmara do telemóvel. Estávamos no segundo andar de um restaurante japonês. Tinha apenas 4 mesas, muito próximas umas das outras, talvez tivesse 3 metros de largura e uns 5 de comprimento. As escadas muito íngremes, de metal e pinceladas de humidade e gordura, eram um perigo ao descer.
Estão presentes Eu, Rog, Paula, Cláudia e Marisa.

Leal Senado, Macau



O vídeo foi feito com o telemóvel. A indefinição é muita.
Esta é parte da praça principal de Macau, rodeada de edifícios de traça portuguesa...para não falar na calçada.

Onde está o….Wally ou…?

Já recuperada do jet-lag, e em terras lusas, continuo a dar conta de algumas novidades do outro lado do mundo. Há sempre algo que ficou por dizer. Uma história, um momento….

Ora, hoje falo de Wally. Wally está sempre presente, esconde-se ou perde-se na imagem e desafia-nos a encontrá-lo. E nem sempre é fácil! Descobri que estava bem próximo de mim, que me acompanhava também nas minhas viagens. Além de incitar a descoberta, também ele se perdia em aventuras.
Eu, fiz parte deste livrinho de imagens. Viciada na fotografia e nas múltiplas experiências que realizava, ia ficando sempre para trás nos nossos passeios a registar tudo o que se mexesse, fruto do que o digital proporciona: tirar fotografias sem medo, experimentando ângulos, aberturas, e depois analisar em casa as que valem a pena guardar. Então…quem eu reparava que estava quase sempre nas fotos?!! Claro, quem poderia ser… o Rog. Às vezes um braço, uma mão, a mochila, a t-shirt verde alface... A dada altura passei a incluí-lo de forma harmoniosa no enquadramento. E, por acaso, até tenho imagens bem interessantes prontas a ser reveladas.
Onde está...o Rog?






A chegada e a partida

Quando cheguei, no início, marcava objectivos diários. Havia que conhecer Macau à velocidade da curiosidade e das surpresas. Sempre de máquina na mão. Aliás, se não levasse máquina, não ia visitar os sítios, mesmo que passasse perto, porque queria registá-los. O mapa acompanhava-me nestes passeios, mas foi ficando cada vez mais dentro da mochila. Muitas ruas palmilhadas, desorientação e deixar-me perder. Tinha todo o tempo do mundo, não havia que preocupar-me. Depois esta velocidade foi diminuindo à medida que fui conhecendo melhor a cidade. Uma cidade que pensei que fosse maior e mais complicada, mais veloz…mais urbana.
Um dos impactos que tive, inicialmente, foi o facto de haver muitos e muitos prédios, com grades e grades, sem espaço para respirar, quase sem jardins, poluição, muitas motas.
Estava frio e só trazia roupa de verão. Sonhava com a roupa quente que tinha deixado em Portugal. O Rog estava sempre a trabalhar e progressivamente fui-me sentindo sozinha. Estava a viver uma vida que não tinha nada a ver com a vida que levava, sempre em contacto com as pessoas, com as rotinas demarcadas e que fazem tão bem, como ir tomar um café, ou vasculhar as promoções da Zara.
Não é propriamente uma cidade fácil para o entrosamento com as pessoas naturais de cá, até porque tanto a língua como os costumes são diferentes. E, no seio da comunidade portuguesa, cada qual tem o seu trabalho, o seu stress, a sua vida. Os espaços afectivos estão delimitados.
O primeiro mês foi para me ambientar, o segundo para me encaixar na rotina, o terceiro para preparar o regresso, psicologicamente, acima de tudo.
Não deixo para trás nada de útil que tenha feito…mas deixo alguma melancolia e, talvez, alguma saudade deste dia-a-dia com o qual já estava acostumada, e ao qual me tinha adaptado, mesmo não entendendo a língua, mesmo levando os dias em pura rotina.
Fiquei também mais sábia porque percebi que é possível fazer algumas coisas quando pouco se tem. È possível fazer um bolo de iogurte (não tendo balança as medidas do iogurte dão jeito), batido com varinha mágica e feito num fornito minúsculo, numa forma de alumínio. Também as panquecas ficam muito bem.

O que fica:
Rog e uma vida partilhada a dois
Frutas exóticas como mangostão ou lichia, que em Portugal só existirá em lata.
Ananás a 5 patacas (50cênt)
Segurança (nas ruas de dia ou de noite)
Árvore das Patacas (não consegui encontrá-la, não sei onde há)

O que levo:
Uma outra cultura no meu cardápio
Desmistificar de alguns preconceitos
Desejo de voltar e conhecer mais a China
Vontade de praticar tai-chi
Apetite para restaurantes chineses em Portugal (independentemente da segurança e higiene alimentar!!)

O que me espera:
Os meus pais
Os meus amigos
A minha sissi (que já nem me deve reconhecer)
e...um Portugal completamente de rastos e desmotivante, que muitas vezes me entristece!