Formosa


"Por volta de 1600, os portugueses estabelecem um entreposto comercial na ilha, a que dão o nome de Formosa. Depois é a vez dos espanhóis. Os holandeses, de sua parte, ocupam o arquipélago em 1624 em meio à disputa com os espanhóis, que são expulsos em 1642. Os chineses reconquistam a ilha em 1661 e retomam a colonização com intenso fluxo migratório.(...)" Agora é a minha vez. Vou visitar Taiwan entre 26 de Abril e 3 de Maio. Espero encontrar, acima de tudo, muito verde para poder respirar. Bem sei que esta não é a melhor altura do ano para visitar a Ilha Formosa,por causa do calor e humidade, mas espero renovar o meu sangue, os meus olhos, os meus pensamentos e regressar para o "ovo" que é Macau, com algum ar nos pulmões que sirvam de motor energético para sobreviver mais uns meses.

A derradeira edição


"Partir para a leitura" foi o meu último artigo, na última edição do jornal Tai Chung Pou.
Esta publicação funde-se com outra, também escrita em português, que se chama Hoje Macau. A partir de 1 Maio começa a publicação de um Hoje Macau com mais páginas e é certo que as coisas vão ser diferentes. Para melhor, espero!

sam sap sei (34)


Trinta e quatro anos já lá vão. Nasceu no dia 2 de Abril de 1974,quando a revolução dos cravos estava em fase de incubação, a poucos dias de ir para a rua. No lugar de Palhais, na freguesia de Cambres,no concelho de Lamego, num quarto pequeno, sua mãe sofria. Sofria e, pouco tempo depois, sorria. A felicidade estampada no rosto de ver mais um filho homem nos braços. Mas também preocupada. Afinal, era o sexto filho a nascer, depois de um menino e quatro meninas. E as dificuldades eram muitas. Deu à luz o pequeno Rogério.
O menino sempre foi calmo e sossegado. Gostava de brincar, mas só pisava o risco se alguém o incentivasse,como a irmã, que nasceu depois dele, ou com o primo. Ia brincar com o primo porque ele tinha brinquedos e ele não. O primo era invisual e, em troca, o pequeno Rogério já era um pequeno professor do seu primo. Assim, aprendeu braille.
Depois de perder os pais, as suas irmãs passaram a ser as suas mães.Um menino que foi sempre acarinhado e mimado. Sempre foi bom aluno na escola e seguiu o percurso até à universidade. Mas aqui foi a desgraça. Cinco dias por semana em Coimbra, e o pequeno Rogério sentia que tinha asas. Asas para voar, sonhar e viver.
Mas, nem tudo são rosas. E chegou à conclusão que viver é também estudar. Nos últimos anos conseguiu notas que não tinha conseguido nos anos anteriores. Mas na média final esses anos também contaram e reduziram a média da nota.
Depois da primeira experiência laboral na escola secundária da Batalha, a ensinar português, rapidamente se seguiu a desilusão do desemprego. Mas, oportunidades surgiram que o levaram até um país que ainda nem tinha nascido: Timor.
Aí sentiu-se revigorado e privilegiado por estar a viver com um povo que pouco mais tinha que nada. Seis anos passaram e o "menino" Rogério voltou à Ásia, desta vez para trabalhar e viver em Macau, cidade que considera "pequena, muito pequena".
Parabéns ao Rogério pelos seus 34 anos. E venham mais uns tantos;)

*o bolo custou os olhos da cara!

as casas são assim nos bairros antigos


Há obras sempre em todo o lado! berbequins e rebarbadoras a funcionar. Os trabalhadores, primeiro, partem tudo, deitam tudo abaixo, e voltam a construir, mesmo as divisões da casa ficam diferentes. Neste prédios não há elevadores e eles carregam areia e tijolos vermelhos (parecidos com os das lareiras e fornos) às costas, aos ombros, subindo por vezes 5 andares. Agora a tendência é substituir estas grades de ferro por grades de alumínio (muito à frente!!!). Em algumas casas será colocado um altar no meio da sala, ou podem até ser reconstruídas sem cozinha. Sim, já vi um apartamento recuperado, quase novo, e não estava a ver onde era a cozinha, porque não existia:)
Eu moro num apartamento num prédio semelhante ao da fotografia.

*Acabo este post, com o som da rebarbadora de fundo...humm...que bom...qual melodia chinesa, ou qual Rita Redshoes...