(eu quando escrevo..escrevo...)
Os feriados do ano novo chinês dão sempre jeito para uma escapadinha. Com os 5 dias angariados, rumámos ao norte da Tailândia, Chiang Mai. Eu, pessoalmente, nunca tinha ido a qualquer lugar na Tailândia. E porque decidimos pelo norte, sem praias? Porque a montanha, o a paisagem verdejante e o ar puro nos agrada mais do que praia e porque acreditamos que poderemos fazer praia quando formos mais velhos. São filosofias de vida, pronto!
Um dos nossos objectivos era poder ver as mulheres de longo pescoço, que o embelezam com argolas de latão que vão acrescentando ao longo da vida. Estava também marcado no nosso caderno de viagem fazer trekking até ao alto da montanha, ver templos pela cidade, aprender a cozinhar culinária local, comprar artesanato e pedrinhas para a minha bijutaria, relaxar e imbuir do espírito local.
Não sei porquê acordávamos de alvorada, com o sol a nascer, os passarinhos a cantar, o sossego e coisa e tal, contrastando com o nosso quotidiano marcado por obras de construção ruidosas ao lado do quarto. Enquanto em Macau a temperatura rondava entre os 7 e os 10 graus, na Tailândia batia nos 30. Hummm, que bom. Eu fui mesmo feita para viver em países quentes.
Adorei as deslocações no Tuk-tuk – um táxi que é uma mota com três lugares, tipo riquexó motorizado. É bom levar com o ar na cara (ok e a poluição também, mas nem se dava conta). Templos e mais templos: fiquei estupefacta com umas estátuas de cera de uns budistas. Pareciam reais (notem nas fotografias), mas tão reais que tivemos que nos aproximar, para olhá-los fixamente e ver se respiravam ou não.dahhh
Percorrer os mercados nocturnos com artesanato e os mercados locais quotinianos é condição principal para conhecer melhor a cultura local. Decidimos inscrever-nos numa experiência gastronómica numa escola de culinária. Fizemos crepes com legumes, sopa, massa, panqueca de banana. Hummmm.
A tarefa de subir à montanha a pé (trekking) adivinhava-se penosa para quem passa a vida frente aos nossos amigos pcs. Antes de subir à montanha, toca a um passeio de elefante. E para quem possa pensar que os animais até são uns porquitos, arrangem um “condutor” de elefantes como o nosso que…bem…não se conteve e soltou um puftrau…Só nos rimos!!!
Para quem nunca faz exercício físico, e inserida num grupo onde iam umas jogadoras de hóquei, claro está que eu era sempre a última. A meio do caminho tive de arranjar um pau para me auxiliar. Para não falar de um pormenor: tive de trocar de sapatilhas com o Roger porque as minhas magoavam-me os pés. Imaginem o que é subir o monte e atravessar rios por cima de pontes, que eram apenas dois troncos, com calçado que não era o meu. Estava sempre com receio de escorregar. Enfim.. Uma vez chegados ao cimo da montanha, entrámos numa aldeia, cumprimentámos as pessoas- “tablu”- e conhecemos a casa onde íamos ficar a pernoitar. Tinha uma cozinha, que era a única divisão no rés-do-chão (o rés do chão era amplo, aberto e de terra batida, com uma longa mesa de madeira) e um primeiro andar amplo, onde iríamos dormir todos “ao molho e fé em deus”, com redes mosquiteiras, mas sem luz eléctrica. A casa de banho era um barraco no exterior. Jantámos romanticamente à luz de velas e prolongámos a noite ao redor de uma fogueira. Não estava frio, mas aquela fogueira sabia muito bem. Alguns aldeãos ensinaram-nos o jogo do búfalo, que era um jogo com pauzinhos e em tínhamos, por exemplo, de construir outros quadrados apenas movendo este ou aquele pauzinho. Tínhamos de puxar pela cabeça.
O sono aperta. Toca a ir dormir enroladinhos nos sacos-cama. De madrugada deu-me uma terrível vontade de ir ao Wc. Fui aguentando. E porquê? Porque ainda era de noite e não havia electricidade. Os búfalos andavam lá fora soltos, as galinhas e os galos e sabe-se lá mais que animais andariam por lá. Mas não consegui aguentar mais. Ganhei coragem e lá fui ao barraco. Senti-me uma heroína!
Dia seguinte, pequeno-almoço: uma taça com caldo de arroz….é o meu ideal de pequeno-almoço! Comi tudo a pensar na descida da montanha que se aproximava. A descer todos os santos ajudam e é bem verdade. Apenas me doíam os joelhos da pressão que tinha que fazer em descidas íngremes. Neste passeio, cruzámo-nos por algumas cascatas e riachos, campos de arroz, gentes locais simpáticas, outros grupos de turistas, animais e um tailandês disfarçado de terrorista com arma e tudo.
Para terminar a viagem, aguardava-nos uma descida de um rio (não há fotos) que mais parecia esgoto a céu aberto, numa jangada de bambu. Ficámos encharcados, claro.
No dia seguinte, tínhamos regresso marcado para Macau às 13h. Então, alugámos um táxi para irmos a correr ver uns tigres que, coitadinhos, precisavam de uns carinhos meus (sabem como é…felinos e eu, temos uma relação estreita) e ver uma espécie de museu vivo, onde estavam várias tribos representadas, entre elas a das mulheres de pescoço comprido. Para ir mesmo às aldeias teríamos de enfrentar uma viagem de 5 horas de autocarro e já não tínhamos esse tempo. Grande parte das tribos do pescoço comprido vivem junto à fronteira com Myanmar (antiga Birmânia), em campos de refugiados que existem desde a segunda guerra mundial, altura em que fugiram do seu país, Myanmar.
Aproveitem esta viagem pelas imagens. Da nossa parte há que agradecer aos simpáticos tailandeses: kopumcrrra (eu) e kopumcrrrat (roger)
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