Let’s Gamble



Money makes de world go round, the world go round….A música acompanhava o espectáculo de água, som e luz que decorria frente ao casino Wynn Macau, e que se apresenta todos os dias, de 15 em 15 minutos, num pequeno lago, sempre com música diferente.
Duas portas de acesso, uma ao hotel e outra para o casino. Perguntámos aos porteiros pelo restaurante. Um dos porteiros tinha tez pouco oriental. Não resisti e perguntei a nacionalidade. Resposta: China. Quase impossível, pois não se parecia nada com os chineses, com olhos claros e pele branca, como lhe referi. Ele concordou. Depois percebi porquê. Ele pertence a uma zona da China que fica próxima do Cazaquistão: são Uigures, mais parecidos com turcos ou soviéticos e nem falam mandarim. Intrigou-me e por isso perguntei, porque nos casinos normalmente pedem pessoas que dominem o mandarim e ele parecia-me ocidental.
Seguimos viagem à procura do restaurante, que, na nossa ignorância, pensámos ser só um em tão grande complexo. Havia 4 restaurantes, entre eles um italiano. Optámos pelo chinês, já que o italiano parecia ser mais caro e necessitava de reserva. Mas a opção não foi a mais acertada. Apesar da ementa estar em inglês, não percebíamos muito bem que tipo de pratos eram aqueles, mas arriscámos. Tantas vezes pensámos no Macdonald’s que fica umas ruas acima, enquanto tentávamos jantar. No final a conta não foi assim tão elevada (cerca de 32€).
O espaço, tanto o do restaurante como o das salas de jogo ou lojas, era muito bonito, muito alegre, com alcatifas coloridas e candeeiros faustosos. O casino cheira a novo. Foi inaugurado em Janeiro deste ano (2007), sendo propriedade de Steve Wynn, que importou o conceito de Las vegas onde detém outros casinos.
Contribuímos com 200 HKdollars (cerca de 20€) para o sucesso do Sr. Steve, jogando nas slot machines. Claro está que foi dinheiro deitado fora, no fundo dinheiro que comprou esta pequena experiência. Mas havia maiores contribuintes, que colocavam nas máquinas notas de 1000 HKdollars (cerca de 100€) e nada ganhavam. E se ganhavam, já se sabe como é no jogo, voltavam a jogar.
No total, o Wynn possui 200 mesas de jogo. http://www.wynnmacau.com


Do outro lado da rua, visitámos o casino Lisboa, um dos mais antigos e emblemáticos, e ao lado o Grand Lisboa, ambos pertencentes ao magnata de Macau, Santley Ho, que detém outras 16 estruturas de jogo. O Casino Lisboa tinha um cheiro entranhado a tabaco, nas alcatifas de cores mortiças, ou desgastadas. O espaço era pequeno. Um sr. ia apostando as fichas, sempre espicaçado, deduzo que pela mãe, sentada ao lado. Lá ia ganhando, mas assim ganhava, assim apostava.

Uma ponte envidraçada liga este “velho” e carismático casino ao Grand Lisboa, inaugurado em Fevereiro deste ano (2007). Optámos pela entrada exterior, encimada por uma grande bola iluminada, semelhante a uma bola de cristal (perímetro de 100metros e altura de 50metros). Com 258 metros de altura é o edifício mais alto de Macau, avistando-se em qualquer ponto da cidade. Emprega cerca de 3000 pessoas e é considerado, para já, o maior casino com 240 mesas de jogo, distribuídas por 3 ou 4 andares. Num deles apresentava-se o típico show de bailarinas de corpo escultural e rosto ocidental.

Las Vegas do Oriente?


Macau cujo centro histórico é património mundial, vê crescer todos os dias o deslumbramento dos casinos. O turismo começa a modificar-se e as atracções são os grandes, majestosos e iluminados 25 casinos, a funcionar 24 horas por dia. Os “jogadores” provêm, acima de tudo, da china continental. Só é permitida a entrada a maiores de 18 anos. Membros do governo da RAEM (Região Especial Administrativa de Macau) não estão autorizados a jogar.

Prevê-se que este ano (2007) a batalha dos grandes magnatas de Las Vegas seja travada em Macau, que ultrapassará aquela cidade, subindo ao pódio da capital do jogo mundial.
Quase todos se situam nas zonas novas, que são terrenos conquistados ao mar (NAPE), através de aterros, e em estudo estão outros para uma nova zona entre a ilha da Taipa e Coloane, designada de COTAI, como é o caso do Venetian.
“Quero regressar a Macau, mas para ver os casinos. Não gosto de jogar, mas quero ver os casinos” revelou um emigrante chinês em S. Francisco, de visita à China, num encontro ocasional que tivemos com ele num avião.

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