Concerto ao ar livre: A melhor banda sonora para o meu filme
Esta seria a banda sonora ideal para acompanhar o caos do trânsito. Mas não pensemos que a música é má, pelo contrário. Imaginem as vossas viagens para o trabalho, ou para qualquer sítio para onde queiram ir, ser pautada por música de qualidade: um acordeonista maluco, um quarteto de cordas contemporâneo de nome Proton, um rasta samplista interventivo. Hein, que tal? Agora, toca a acelerar de cabelos ao vento. E a brisa faz-se mesmo sentir, conferindo um ambiente místico ao enrodilhar-se nos fumos do palco. As cordas electrizam-se, soltam a potência acumulada, que nem energia estática, proveniente do interior da caixa de madeira ressonante. Um carro?
Os samples de acordeão, cordas, percussão, voz e efeitos saltitam de nota em nota digital até se espalhar pela audiência. O acordeão do finlandês Kimmo Pohjonen entrelaça-se com os restantes instrumentos na construção da melodia. Aqui não há acidentes.
A voz surge como a sonância que completa os restantes instrumentos.
É o 6º sentido da melodia.
Essa voz cavernosa lembra os didgeridoos das tribos australianas (ou também pode assemelhar-se a rituais satânicos, mas nunca os vi, não sei). Ouve-se pau de chuva…sample electrónico que dá o mote para passar para outra secção, partes constituintes desta peça de 65 minutos de nome UNIKO.
Liga-se o pisca, mudamos de direcção, e entramos na poeira do caminho de terra batida da savana africana.
Os sons ficam presos naquele botão mágico e repetem, repetem.
O acordeonista eléctrico e maluco transmite a potência ao acordeão e o acordeão comanda o acordeonista. Na estrada quem manda sou eu.
Da marcha lenta passa para a rápida. Do pára arranca dentro da cidade passamos para a via rápida ou circunvalação.
O som transforma-se em eco, salta do palco, faz ricochete nas colunas laterais. Recomeça a subir até ao nirvana, como as buzinadelas, o chiar dos pneus, a música no rádio, os noticiários, a informação de trânsito, os programas de humor por vezes sem piada alguma.
Mas esta banda sonora é muito boa e transforma a minha viagem no trânsito naquele percurso que queremos repetir (ou temos) todos os dias.
As personagens para o filme são as ideais: Kimmo Pohjonen, Teppo Ali-Mattila, Siiri Rasta (não, não é o rasta samplista), Maarit Holkko, Veli-Matti Iljin Juuso Hannukainen (este sim, o rasta). Agora, anotem os nomes deles num papel e quando estiverem muito irritados no trânsito, digam estes nomes bem alto, e, é certo, não estão a ser mal-educados e ficam logo a sentir-se melhor.
(…) o resto do texto perdeu-se na gravação. :(
O acordeão chora sozinho. A batida pára. Estaciona-se o carro. Batem as palmas, perdão, trancam-se as portas. Terminou o dia de trabalho. Ficou um forte conteúdo emocional do caos do trânsito, desta deliciosa aventura, para onde volto amanhã, mas só amanhã.
http://www.kimmopohjonen.com/
Os samples de acordeão, cordas, percussão, voz e efeitos saltitam de nota em nota digital até se espalhar pela audiência. O acordeão do finlandês Kimmo Pohjonen entrelaça-se com os restantes instrumentos na construção da melodia. Aqui não há acidentes.
A voz surge como a sonância que completa os restantes instrumentos.
É o 6º sentido da melodia.
Essa voz cavernosa lembra os didgeridoos das tribos australianas (ou também pode assemelhar-se a rituais satânicos, mas nunca os vi, não sei). Ouve-se pau de chuva…sample electrónico que dá o mote para passar para outra secção, partes constituintes desta peça de 65 minutos de nome UNIKO.
Liga-se o pisca, mudamos de direcção, e entramos na poeira do caminho de terra batida da savana africana.
Os sons ficam presos naquele botão mágico e repetem, repetem.
O acordeonista eléctrico e maluco transmite a potência ao acordeão e o acordeão comanda o acordeonista. Na estrada quem manda sou eu.
Da marcha lenta passa para a rápida. Do pára arranca dentro da cidade passamos para a via rápida ou circunvalação.
O som transforma-se em eco, salta do palco, faz ricochete nas colunas laterais. Recomeça a subir até ao nirvana, como as buzinadelas, o chiar dos pneus, a música no rádio, os noticiários, a informação de trânsito, os programas de humor por vezes sem piada alguma.
Mas esta banda sonora é muito boa e transforma a minha viagem no trânsito naquele percurso que queremos repetir (ou temos) todos os dias.
As personagens para o filme são as ideais: Kimmo Pohjonen, Teppo Ali-Mattila, Siiri Rasta (não, não é o rasta samplista), Maarit Holkko, Veli-Matti Iljin Juuso Hannukainen (este sim, o rasta). Agora, anotem os nomes deles num papel e quando estiverem muito irritados no trânsito, digam estes nomes bem alto, e, é certo, não estão a ser mal-educados e ficam logo a sentir-se melhor.
(…) o resto do texto perdeu-se na gravação. :(
O acordeão chora sozinho. A batida pára. Estaciona-se o carro. Batem as palmas, perdão, trancam-se as portas. Terminou o dia de trabalho. Ficou um forte conteúdo emocional do caos do trânsito, desta deliciosa aventura, para onde volto amanhã, mas só amanhã.
http://www.kimmopohjonen.com/
um fã de gatos, um ídolo meu
Cada pessoa que nasce deve ser orientada para não desanimar com o mundo que encontra à volta. Porque cada um de nós é um ente extraordinário, com lugar no céu das ideias.Seremos capazes de nos desenvolver, de reencontrar o que em nós é extraordinário e transformaremos o mundo.
Agostinho da Silva, Filosofia
Agostinho da Silva, Filosofia
olha a castanha assada!
Hoje comi as minhas primeiras castanhas assadas, aqui no oriente. Tostadas num forno semelhante a uma betoneira, sempre a girar. A casca fica intacta o que torna tudo mais difícil. Mas o sabor é bom, não se comparando, no entanto, com as grandes e saborosas castanhas portuguesas.
O tempo, apesar de estar mais fresco, continua quente (eu continuo a andar de manga curta), o que torna o momento ainda mais esquisito. Parece que estou a comer castanhas fora de época. :)
O tempo, apesar de estar mais fresco, continua quente (eu continuo a andar de manga curta), o que torna o momento ainda mais esquisito. Parece que estou a comer castanhas fora de época. :)
Elvis em Macau?
Chama-se Rudy Souza e é macaense, ou seja, descendente de portugueses. A língua conhece-a, mas a sua identidade pacata não deixa demonstrar a habilidade linguística. Prefere deixar os outros falar.
Imita o Rei do Rock, seja na indumentária ou nas músicas, mas não pretende ser uma cópia. Enquanto canta interage com os espectadores e, acima de tudo, diverte-se. A verdade é que nessa noite o divertimento já estava um pouco animado de vinho tinto português, mas nada de exagerado. Note-se que para imitar o timbre do ídolo mundial, há que estar afinado.
Agora, descubra as diferenças.
Imita o Rei do Rock, seja na indumentária ou nas músicas, mas não pretende ser uma cópia. Enquanto canta interage com os espectadores e, acima de tudo, diverte-se. A verdade é que nessa noite o divertimento já estava um pouco animado de vinho tinto português, mas nada de exagerado. Note-se que para imitar o timbre do ídolo mundial, há que estar afinado.
Agora, descubra as diferenças.
Olha que coisa mais linda....
...Mais cheia de graça, é ela menina, que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar....
Mal vi esta montra, pensei na letra da Garota de Ipanema de Vinicius de Moraes. Estes capacetes assentam em cabecinhas de "garotas" chinesas, e também de rapazinhos. Lançam-se em aventuras motociclistas pela cidade trajados desta forma engraçada. Passeiam-se nas suas lambretas a todo o dióxido de carbono, muitos com máscaras a proteger dos fumos. Também estas máscaras são, muitas vezes, personalizadas com Hello Kitty ou outros ídolos.
Olha que coisa mais linda...mais redondinha, põe na cabeça, dá uma voltinha, monta na mota sempre a acelerar...
Mal vi esta montra, pensei na letra da Garota de Ipanema de Vinicius de Moraes. Estes capacetes assentam em cabecinhas de "garotas" chinesas, e também de rapazinhos. Lançam-se em aventuras motociclistas pela cidade trajados desta forma engraçada. Passeiam-se nas suas lambretas a todo o dióxido de carbono, muitos com máscaras a proteger dos fumos. Também estas máscaras são, muitas vezes, personalizadas com Hello Kitty ou outros ídolos.
Olha que coisa mais linda...mais redondinha, põe na cabeça, dá uma voltinha, monta na mota sempre a acelerar...
matrículas
Em Macau já não se vêem muitas destas placas identificadoras, assim como em Portugal, isto é, de plástico, com fundo preto, letras e números em relevo. Pertencem aos carros mais antigos, sendo um dos muitos elementos portugueses que nos faz recuar ao tempo da administração portuguesa (até 1999).
Depois as nossas matrículas seguiram normas comunitárias, com fundo branco e bandeirinha da união europeia. Aqui apenas passaram a ser de metal preto, com a informação pintada a branco, portanto sem relevo, assim como mostra a placa da mota.
Depois as nossas matrículas seguiram normas comunitárias, com fundo branco e bandeirinha da união europeia. Aqui apenas passaram a ser de metal preto, com a informação pintada a branco, portanto sem relevo, assim como mostra a placa da mota.
O outono sente-se no ar. Hoje o céu veste de azul e o sol brilha, mas a brisa que corre é fresca. O que permite caminhar, devagar ou de passo acelerado, sem que a roupa cole ao corpo com suor. Hoje o vento, que abana as poucas árvores ou pequenos arbustos com que me cruzo, bate-me na cara e traz-me a memória de Portugal. O tempo mais fresco e mais seco.
Zás...de repente acordo para a cidade (em) que vivo. O sinal passa para verde e dezenas de motas, carros, autocarros arrancam e cospem o fumo, enquanto eu espero pelo meu sinal. No ar também me desperta o cheiro a comida: noodles (massa de arroz)"spicy and curry". O cheiro por vezes enjoa-me. O estômago embrulha-se. É hora do almoço.
Continuo o caminho, olho em frente e tenho a certeza: estou no Oriente. Os olhos em bico fixam-me porque eu os fixo também. Procuro um "estabelecimento de comidas", assim se designam os cafés, restaurantes, tascas, na tradução portuguesa. Entro num destes estabelecimentos e a tentação é pedir o almoço em português, mas ninguém me entenderia.Peço uma galinha qualquer, com arroz, esse sempre o mesmo, branco e seco, com o mesmo sabor. Descubro o prato que pedi, apenas quando me chega à mesa. Provo. Afinal até gosto. Sorvo um chá gelado de um fruto qualquer, doce e fresco. As conversas em cantonense tornam-se num ruído ensurdecedor para ouvido duro como eu.
No final, tiro uma nota de 50 patacas, recebo uma pataca de troco e sigo a minha vida. Bye,Bye.
Zás...de repente acordo para a cidade (em) que vivo. O sinal passa para verde e dezenas de motas, carros, autocarros arrancam e cospem o fumo, enquanto eu espero pelo meu sinal. No ar também me desperta o cheiro a comida: noodles (massa de arroz)"spicy and curry". O cheiro por vezes enjoa-me. O estômago embrulha-se. É hora do almoço.
Continuo o caminho, olho em frente e tenho a certeza: estou no Oriente. Os olhos em bico fixam-me porque eu os fixo também. Procuro um "estabelecimento de comidas", assim se designam os cafés, restaurantes, tascas, na tradução portuguesa. Entro num destes estabelecimentos e a tentação é pedir o almoço em português, mas ninguém me entenderia.Peço uma galinha qualquer, com arroz, esse sempre o mesmo, branco e seco, com o mesmo sabor. Descubro o prato que pedi, apenas quando me chega à mesa. Provo. Afinal até gosto. Sorvo um chá gelado de um fruto qualquer, doce e fresco. As conversas em cantonense tornam-se num ruído ensurdecedor para ouvido duro como eu.
No final, tiro uma nota de 50 patacas, recebo uma pataca de troco e sigo a minha vida. Bye,Bye.
semana dourada
Nesta semana respira-se um pouco o ar de relax. Os feriados de 1 e 2 de Outubro, comemorativos do 58º aniversário da implantação da república da China, combinados com o fim-de-semana, resultam em dias de férias para alguns chineses. Ali em baixo, nestes dias, só se ouvem as peças do majong, feitas de plástico com dimensões um pouco maiores que as do dominó, que ao baralharem fazem imenso barulho. Até parece que as colocam dentro de uma máquina de lavar. Claro que se joga a dinheiro, mas não deve ser muito. Ali do lado, a porta está aberta para as escadas do prédio (a porta-forte de ferro, gradeada, que fica imediatamente fora da porta de madeira está fechada). Mas isto não atenua o ruído da conversa. Se percebesse a língua, estaria a ouvir a conversa deles, mesmo dentro de casa.
O ar de relax vê-se também na cara de alguns portugueses...ou melhor, não se vê porque estão ausentes, ou estiveram, numas curtas férias em lugares dos arredores: Tailândia, Malásia, Cambodja, Vietnam, etc. Os que trabalham em determinadas instituições portuguesas,além dos feriados chineses, gozam também o feriado português da nossa implantação da república. Portanto, quem é que tem uma semana dourada? Há que aproveitar!
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