O outono sente-se no ar. Hoje o céu veste de azul e o sol brilha, mas a brisa que corre é fresca. O que permite caminhar, devagar ou de passo acelerado, sem que a roupa cole ao corpo com suor. Hoje o vento, que abana as poucas árvores ou pequenos arbustos com que me cruzo, bate-me na cara e traz-me a memória de Portugal. O tempo mais fresco e mais seco.
Zás...de repente acordo para a cidade (em) que vivo. O sinal passa para verde e dezenas de motas, carros, autocarros arrancam e cospem o fumo, enquanto eu espero pelo meu sinal. No ar também me desperta o cheiro a comida: noodles (massa de arroz)"spicy and curry". O cheiro por vezes enjoa-me. O estômago embrulha-se. É hora do almoço.
Continuo o caminho, olho em frente e tenho a certeza: estou no Oriente. Os olhos em bico fixam-me porque eu os fixo também. Procuro um "estabelecimento de comidas", assim se designam os cafés, restaurantes, tascas, na tradução portuguesa. Entro num destes estabelecimentos e a tentação é pedir o almoço em português, mas ninguém me entenderia.Peço uma galinha qualquer, com arroz, esse sempre o mesmo, branco e seco, com o mesmo sabor. Descubro o prato que pedi, apenas quando me chega à mesa. Provo. Afinal até gosto. Sorvo um chá gelado de um fruto qualquer, doce e fresco. As conversas em cantonense tornam-se num ruído ensurdecedor para ouvido duro como eu.
No final, tiro uma nota de 50 patacas, recebo uma pataca de troco e sigo a minha vida. Bye,Bye.

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