O início do triangulo dourado em torno do Mekong: Camboja



Camboja ou cam pu chia
Quatro dias num dos países mais pobres da Ásia, povoado de gente humilde. Um povo que ainda está a recuperar de um dos regimes mais sanguinários de todos os tempos, khmer vermelhos. Na capital do país, Phnom Penh, com apenas uma das estradas principais em alcatrão e as restantes em terra batida. Uma capital que não parecia uma capital. Pouco havia para ver nesta cidade a não ser a prisão Tuol Sleng, ou S21, onde foram encarceradas e torturadas milhares de pessoas, e os chamados Killing Fields, campos de morte para onde eram levadas as pessoas que depois eram mortas e enterradas em valas comuns. Em três anos, foram mortas mais de 1 milhão de pessoas (cerce de 15% da população), numa operação a que Pol Pot, o líder do regime, considerava o ano zero do Camboja. Apesar de esta ter sido mais uma viagem de lazer, para conhecer mais uma cultura, é importante ficar também a conhecer esta dura realidade que faz parte da história do país. Além disso, foi uma viagem bastante interessante. Um dia em Phnom Penh e no dia seguinte partimos para Siem Reap. Claro que com a troca de fuso horário em apenas uma hora, levantámo-nos às 5h30 a pensar que eram 6h30 e lá tivemos de esperar uma hora até que o resto do grupo se levantasse. O quotidiano é tão ‘deixa andar’ que duas amigas que estavam connosco pediram, cada uma, um expresso e o que veio foi apenas um expresso que o empregado pediu para partilharem, pois já não havia mais. À tarde, seguimos de autocarro numa viagem que durou 6 horas até Siem Reap, sempre com o autocarro a apitar de segundo a segundo, mas alguém conseguiu dormir toda a viagem. A paisagem era rural e a televisão do autocarro transmitia karaoke cambojano que, de tanto ouvir, quase conseguia trautear. Devido ao facto de ser bastante turístico, Siem Reap tem mais aspecto de capital do que Phnom Penh. Aqui conhecemos uma guesthouse chamada Babel, gerida por um espanhol e um italiano. Muito simpáticos e com um ambiente muito cool. O que nos trouxe até aqui foi o conjunto de templos, património da Unesco, denominado Angkor Wat, que é simplesmente magnífico. Alugamos uns tuktuk, conduzidos por uns jovens simpáticos e lá fomos. É como sermos transportados para outro tempo, apesar das nossas máquinas do tempo, os tuktuk, não serem lá muito avançados tecnologicamente… heheheh! A arquitectura de cada tempo revelava uma magnificência esplêndida, no entanto bastante destruídos pelo passar do tempo. O tour terminou no alto de um templo para onde quase toda a gente se dirigia para assistir a um maravilhoso pôr-do-sol, como referenciava o guia do Lonely Planet. No último dia, não sabíamos o que fazer, no entanto sabíamos que havia algures uma aldeia flutuante. Ora vamos até lá! Surpreendeu-me deveras. Talvez por não saber o que ia encontrar, não tinha grandes expectativas. Fomos de tuktuk até uma zona bastante rural, depois tivemos de ir de mota até uma zona onde poderíamos apanhar um barco, uma vez que estávamos na época seca e o caudal de um dos rios estava bastante recuado. Ainda ‘caí’ da mota duas vezes, mas sem estragos, porque o caminho era de areia. Seguimos de barco até ao Tonle Sap, um lago enorme, (época seca 2 600 km2, época das chuvas 24 600 km2) e pelo caminho visitamos uma aldeia flutuante, onde até os currais dos porcos estava em cima da água a flutuar e onde toda a vida quotidiana se fazia, em cima da água. O dono de uma das casas arranhava francês. As casas encontravam-se a seis metros acima do nível da água, mas na época das chuvas a água subia cerca de 4 metros. As imagens falarão por si. A viagem relaxante pelo silêncio e mística da floresta flutuante valeu por mil spas. Simplesmente lindo! A viagem também passou no centro do lago, com alguns aventureiros a lançarem-se à água para um mergulho. Esta aventura terminou numa escola local, com a distribuição de cadernos e lápis aos alunos, todos eles carenciados. Terminou assim a curta visita a um país que fica na memória.
A viagem continua no dia seguinte (22 de Dezembro), de autocarro novamente, até Ho Chi Minh (antiga Saigão), que demorou 12 horas. A viagem pelo Vietname em breve...

1 comentário:

Tixa disse...

Que fotos lindas!!
Lindas!!Lindas!!
Lindas!!Lindas!!
Tão simples e tão lindas.
Desculpa não sou de palavras caras e frases compostas, só consigo dizer.... lindas.
Beijos
Tixa