o dia que se aproxima

"Que dia aborrecido este!" suspira Luísa. A lili farta-se de correr de um lado para a outro, chateada, irritada. E mia em busca de atenção, depois de ter ficado fechada em casa. O sol já se foi e a chuva, miudinha, começa a cair. Aquela chuva que irrita qualquer um, que insistem em chamar-lhe molha-tolos. "Tola fui eu em ter saído de casa" diz Luísa, enquanto tenta tirar o casaco na tentativa de não molhar tudo o que a circunda. Mas o que interessa é que mais um dia passou e, apesar de tudo, Luísa está entusiasmada por um novo se aproximar. Amanhã vai estrear um programa radiofónico da sua exclusiva autoria. Até agora Luísa trabalhava exclusivamente na redacção, mas lá conseguiu - depois de várias propostas e vários 'nãos'- tempo de antena para 5 minutos de surpresas. E, admirem-se, com total liberdade de conteúdos. "Acho que não vou conseguir dormir esta noite. Que ridículo! Tantos anos de profissão e é preciso ficar assim? O pior é que não consigo controlar esta ansiedade e nervosismo..."

1 comentário:

Rogério Monteiro disse...

Agora, vou contar-vos um segredo: gostava muito de viajar, mas tenho medo. Não conheço senão um curto caminho: do quarto para a cozinha. E este é o mais longo, além daquele que... até fico enjoada só de me lembrar. Enfim, gata é gata, ou são todos assim. Pelo que me vêm dizendo, parece que não estou sozinha nesta cruzada.
Mas, o que eu queria mesmo era sair, sair para muito longe. Na verdade, já pensei que iria. Agora, digam lá como será possível se nem se quer me aguento um minuto dentro de qualquer transporte? Mas, gostava, gostava muito. Tentaria, pelo menos. Isso quando toca a enfrentar novas experiências, perigosas ou não, eu quero é aventura.
Acho que me vou preparar para estar longe deste "buraco" - onde, por sinal, até me sinto muito bem. Encontrarei novos gatos - se bem que não estou interessada, a não ser amigos. Que mais haverá?