Apontei para a "boca de sapo" dos meus ténis. Com um gesto ele disse para me sentar numa cadeira que estava perto. Descalcei-me.
Claro que não parei de disparar a minha máquina, mas pelo facto de ele estar na sombra e ao mesmo tempo a ser iluminado por uma claridade forte, não consegui controlar a luz, reflexo do meu amadorismo. Ao pé cochinho, com carteira à tiracolo, casaco e jornal na mão, máquina na outra, e stressada porque não é fácil conseguir fotografar alguém assim tão perto por estas bandas.
Com um leque de palha abanava o meu ténis para a cola secar, depois com martelo finalizou. O normal para trabalho de sapateiro.
No final ele mostra-me uma nota de 10 patacas (cerca de 1€, o preço de um café aqui), para me indicar o valor. Paguei e pedi para tirar foto. Queria uma de rosto, daquele rosto oriental tão simpático, já que as outras fotos estavam a correr mal, mas ele não autorizou, mas sempre com o seu ar sorridente.
1 comentário:
Fabuloso... são experiências únicas!!!
Por aqui pagas rios de dinheiro por uma mensagem aos pés e por essas bandas podes fazê-lo ao ar livre;)
È outro mundo... bem diferente deste!!!
Adorei o vosso passei...do qual me senti fazer parte...
beijinhos grandes
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