grande inauguração

Quando uma loja é inaugurada, são as floristas que mais ganham. Os convidados e amigos oferecem flores. Faz parte do protocolo.

Hoje consegui resistir

Consegui resistir à compra de mais um caderno.
Isto porque eu adoro blocos de notas, cadernos, agendas. Nao sei porquê, delicio-me nas prateleiras das papelarias. Sinto vontade de comprar um exemplar de cada, que nem uma coleccionadora. Ou pelo menos dos que considero mais originais. Mas o problema surge depois, ou seja, escrever neles. Recuso-me a machá-los, recuso-me a colocar neles a minha letra irregular e espartilhada de rapidez e desconcerto. Não sei sequer que escrever, que assunto lá colocar para que ele próprio se imortalize, ou valha a pena imortalizar. Ganho coragem e escrevo um pouco de tudo, risco, volto a escrever e, no final, arrependo-me por não os ter deixado numa prateleira ou qualquer gaveta esquecidos, mas também guardados.
Que se pode dizer? Gosto mesmo. Cada maluco tem a sua paranóia.
Um dia gostava de ter um portátil do tamanho de um caderno ou bloco de notas para guardar os registos, sempre bem escritos, sem rabiscos...Seria mais uma forma de deixar os blocos e cadernos imaculados.
Enquanto isso, cá trago sempre um bloco na carteira, envelhecido pelo uso e pelos tombos a que está sujeito. O que é certo é que me auxilia na memória e perpetua aquilo que eu quiser!

massagista, quedas e pancadas


Aqui,em Macau, quase todas as lojas têm algo escrito em português, o que não quer dizer que falem português ou que saibam o que está escrito. Tem de ser assim e pronto. As quedas e as pancadas são,sem dúvida, esclarecedoras da natureza desta loja.
Já os estabelecimentos de comidas, ou melhor, os restaurantes e tascas proliferam em qualquer canto e quase sempre cheios.

Casamento

No convite (onde também vinha uma pataca) estava marcado às 20 horas, no Emperor Court. Depois de algumas voltas pelo quarteirão, sem saber muito bem onde era, lá encontrei o sítio certo onde ia realizar-se o casamento. À entrada do salão, numa mesa, deixávamos os votos de felicidades numa longa folha de papel e informavam o número da mesa.
No centro das mesas, os balões cor-de-rosa assinalavam cada número, que no meu caso era a mesa 25.
Ao fundo, um pequeno palco com os nomes dos noivos como cenário, e os noivos claro, vestidos a rigor. Ela chinesa, ele Português.
Diz o protocolo que devem cumprimentar-se os noivos logo no início e dar o Lai Si, um envelope vermelho (cor da fortuna) onde se coloca a prenda monetária. Altura também para tirar fotografias. Do outro lado, estavam algumas mesas de Majhong onde os convidados chineses se entretinham a jogar.
Antes de iniciar o jantar, foram projectadas imagens dos dois, desde pequenos.
Trocaram as alianças, cortaram o bolo de noiva, tiraram as restantes fotografias, discursaram. Então, seguiu-se o jantar. Estavam previstos 12 pratos, desde o leitão assado, até aos legumes, arroz (símbolo de dinheiro), massa do género do esparguete (símbolo de longevidade), frutas, bolinhos. Do leitão foi comida primeiro a pele do lombo, que estava previamente cortada em quadradinhos, que depois se juntava a uma espécie de biscoito, passando por uma tacinha com molho. Comida a pele, veio a empregada de luvas brancas partir o resto do leitão (não gosto de leitão, por isso "saltei" esta parte). Tudo servido sempre em grande velocidade, terminando nos bolinhos.
Não faltou a ronda pelas mesas, fazendo um brinde com os convidados!
Até que às 22h30,23h estava tudo terminado. Vi um grupo de convidados da noiva a dirigir-se para a porta, onde estavam os noivos a despedir-se de quem ia embora. Fiquei surpreendida por ainda ser cedo, pensava eu. Claro está que os portugueses ficaram para o fim, arrastando-se no convívio e nos copos de vinho, mas lá tiveram também que ir embora já que os empregados tinham arrumado tudo e iam fechar a sala.
Em sensivelmente três horas que durou esta festa de casamento, a noiva usou três vestidos, como manda a tradição local. E estava muito bonita! Assim como ele, claro!
Um dos vestidos era roxo, que simboliza felicidade, êxito, prosperidade.
O dia e a hora foram escolhidos, se não estou em erro, segundo as regras do feng shui.
Felicidades aos recém casados!

Macau: Português continua a ser idioma para aprender (artigo)

Macau tem sido classificado como uma plataforma privilegiada entre o Oriente e o Ocidente. E não foge à regra no que diz respeito ao ensino de português. “Muitos chineses vêm da China Continental para aprender português por causa das relações da China com os países lusófonos. O governo promove o bilinguismo, por isso acho que como segunda língua vai ter um bom futuro. Quem pensar o contrário terá uma imagem pouco global do assunto. Terá vistas curtas.”
Esta é a convicção de Lu Chi Seng, tradutor, cujo primeiro contacto com a língua lusa já tem mais de 17 anos. Quando começou a aprender, foi duas vezes a Portugal para aprofundar os conhecimentos. O que o terá motivado naqueles tempos é o que move hoje muitos alunos a inscreverem-se nos diversos cursos que existem no território.(...)
Texto de Sandra Gomes / Foto de António Falcão

Mais em
http://taichungpou.blogspot.com/2008/01/portugus-continua-ser-idioma-para.html

leite amarelado e sumo luso


Quando vi o leite amarelado a ser colocado no chá, pensei cá para os meus botões “aquele leite deve estar estragado, só pode”. Claro que reflectia naquele momento uma ingenuidade absoluta. A empregada do bar estava a misturar leite de soja, muito comum e também por isso mais barato na região. O leite “normal” é mais difícil de encontrar e se for magro então ainda pior. É tudo importado, já que aqui não há um palmo de terra que possa albergar vacas a pastar.
A solução é mesmo tentar uma adaptação ao leite de soja. Começo por misturá-lo com o chá, que já aprendi a gostar e, numa segunda fase, com os cereais.
Deve ser psicológico, mas parece-me melhor do que aquele que já tentei beber em Portugal.
Mas porque é que na fotografia está um pacote de sumo Compal?
Porque ao falar de pacotes tinha mesmo de falar deste, tão luso. Como é que este sumo produzido em Portugal consegue ser mais barato aqui, mesmo depois de uma longa viagem, das taxas de importação, percentagens para intermediários, lucros para o retalhista do supermercado que o vende. Ora, ou a companhia portuguesa quer dar um rebuçado aos portugueses que aqui estão longe, ou os impostos em Portugal são mesmo elevados.
Lembro-me de ter comprado um pacote num minimercado (que já sabemos que é mais caro) em Portugal, em Dezembro de 2007, e paguei 1,15€. Em Macau custa, neste momento, 11 patacas (0,94€).
E vivam os impostos!

Os problemas da cerveja na China :)

A subida mundial do preço dos cereais, causada entre outras razões pelo desenvolvimento dos biocombustíveis, também está a afectar os preços da cerveja na China, o maior produtor e consumidor mundial desta bebida, informa hoje a imprensa local.
De acordo com o jornal Xiamen Daily, em cidades como Pequim, o preço de uma garrafa (60 centilitros) subiu de 1,50 para 1,80 renminbi (de 14 cêntimos para 17 cêntimos) nos últimos meses, e os analistas do sector prevêem que gradualmente o preço chegue este ano a 2,50 renminbi (24 cêntimos).
Os analistas indicaram que durante muito tempo a produção de cerveja se manteve com uma margem de lucro muito baixa, devido à grande concorrência no país, que tem centenas de marcas da bebida.
Apesar da grande produção de 3,6 milhões de toneladas, os analistas apontam para que os lucros no sector sejam de apenas 680 milhões de dólares (cerca de 463 milhões de euros).
Como 50% da cevada usada na produção chinesa de cerveja tem de ser importada, o preço da bebida acabou por ser afectado pelos aumentos da matéria-prima no mercado internacional.
O preço da cevada importada, por exemplo, da Austrália, um dos principais fornecedores, subiu de 40 para 55 dólares (de 27 para 37,5 euros) a tonelada.

Adaptado da Agência Lusa / 3 Jan 08

Partidas e Regressos

Regressar a Portugal, depois de apenas 3 meses e meio em Macau, foi regressar a um país que continua de tanga, às telenovelas e programas de entretenimento banais, ao frio combatido com a tradicional lareira, ao disse que disse, à dor de cabeça dos preços dos combustíveis. Tudo está na mesma. Regressei também à família, amigos, sissi de estimaçao e ao "tem de ser", mas definitivamente não é um reviver. Para ir ali ou acolá "tem" de se ir de carro. Com o preço dos combustíveis, tudo parece cada vez mais longe, por isso "temos" de desembolsar mais. Nesta época natalícia, "temos" de comprar prendas mesmo para quem não gostaríamos de presentear."Temos" de fazer as visitas possíveis, pois sabemos que poucos nos visitam.
A viagem dura cerca de 15 horas, mas para Portugal ganhamos 8 horas do fuso horário (menos 8 horas), enquanto que para Macau a viagem parece ser mais longa, pois quando chegamos são mais 8 horas do que em Portugal.
As viagens têm de ser sempre bem planeadas, já que ao chegar a Portugal ainda há um longo percurso a fazer para se dizer, finalmente, que chegámos. Uma viagem que conta com percurso de taxi, barco, avião, comboio ou carro. É por isso que se torna tão longa e cara.
De regresso a Macau, a viagem foi cansativa, até porque nunca durmo. E, já na noite anterior (passagem de ano), pouco ou nada dormi. Não foi pela farra, mas pelas curtas horas de sono que tinha. 6h da manhã havia que enfrentar a estrada. A A1 estava completamente deserta como nunca vi!
De regresso a Macau, foi como se nunca daqui tivesse saído. Encontrei também tudo na mesma. Os gajos do mah-jong a baralhar as peças, realizando aquele ruído tão típico; as obras do prédio ao lado; a menina do terceiro andar a ensaiar piano pela noite dentro. Já de dia, a saga de tentar caminhar pelos passeios fugindo aos encontrões. O que é certo é que encontrei uma cidade ligeiramente mais calma, como menos pessoas e carros. Quanto ao Jet-lag, não o senti em Portugal, apenas nos primeiros dias andava com sonos ligeiramente trocados, e, em Macau, também não senti (ainda) os efeitos.Na primeira noite em Macau, estava tão cansada da viagem e das duas noites sem dormir que o meu corpo teria mesmo de aterrar em sono profundo.Agfora é esperar para ver.
Uma coisa também é certa, ao chegar a Portugal, encerro uma parte do meu cérebro que diz respeito à minha estadia em Macau. Esqueço as poucas palavras de chinês que sei e muitas outras coisas. Mas, ao regressar, faz-se um click no meu cérebro e tenho de me adaptar novamente à nova forma de vida, e o botão desliga um pouco Portugal.