Partidas e Regressos

Regressar a Portugal, depois de apenas 3 meses e meio em Macau, foi regressar a um país que continua de tanga, às telenovelas e programas de entretenimento banais, ao frio combatido com a tradicional lareira, ao disse que disse, à dor de cabeça dos preços dos combustíveis. Tudo está na mesma. Regressei também à família, amigos, sissi de estimaçao e ao "tem de ser", mas definitivamente não é um reviver. Para ir ali ou acolá "tem" de se ir de carro. Com o preço dos combustíveis, tudo parece cada vez mais longe, por isso "temos" de desembolsar mais. Nesta época natalícia, "temos" de comprar prendas mesmo para quem não gostaríamos de presentear."Temos" de fazer as visitas possíveis, pois sabemos que poucos nos visitam.
A viagem dura cerca de 15 horas, mas para Portugal ganhamos 8 horas do fuso horário (menos 8 horas), enquanto que para Macau a viagem parece ser mais longa, pois quando chegamos são mais 8 horas do que em Portugal.
As viagens têm de ser sempre bem planeadas, já que ao chegar a Portugal ainda há um longo percurso a fazer para se dizer, finalmente, que chegámos. Uma viagem que conta com percurso de taxi, barco, avião, comboio ou carro. É por isso que se torna tão longa e cara.
De regresso a Macau, a viagem foi cansativa, até porque nunca durmo. E, já na noite anterior (passagem de ano), pouco ou nada dormi. Não foi pela farra, mas pelas curtas horas de sono que tinha. 6h da manhã havia que enfrentar a estrada. A A1 estava completamente deserta como nunca vi!
De regresso a Macau, foi como se nunca daqui tivesse saído. Encontrei também tudo na mesma. Os gajos do mah-jong a baralhar as peças, realizando aquele ruído tão típico; as obras do prédio ao lado; a menina do terceiro andar a ensaiar piano pela noite dentro. Já de dia, a saga de tentar caminhar pelos passeios fugindo aos encontrões. O que é certo é que encontrei uma cidade ligeiramente mais calma, como menos pessoas e carros. Quanto ao Jet-lag, não o senti em Portugal, apenas nos primeiros dias andava com sonos ligeiramente trocados, e, em Macau, também não senti (ainda) os efeitos.Na primeira noite em Macau, estava tão cansada da viagem e das duas noites sem dormir que o meu corpo teria mesmo de aterrar em sono profundo.Agfora é esperar para ver.
Uma coisa também é certa, ao chegar a Portugal, encerro uma parte do meu cérebro que diz respeito à minha estadia em Macau. Esqueço as poucas palavras de chinês que sei e muitas outras coisas. Mas, ao regressar, faz-se um click no meu cérebro e tenho de me adaptar novamente à nova forma de vida, e o botão desliga um pouco Portugal.

1 comentário:

Anónimo disse...

É tão bom ter-te de volta...Cátia