Por aqui passaram portugueses, holandeses, britânicos, chineses e quantos mais, assim como nós. Os chineses esses mantêm-se de pedra e cal. Aliás, lembro-me de um pequeno episódio em que apanhámos um táxi conduzido por um chinês, que já levava uma cliente, mas pelos vistos é normal apanharem mais clientes (boa política ecológica!), até ao centro da cidade de Malaca. Para além da economia ambiental, o carro também teria economia de manutenção e afins e o motorista, com os seus olhos em bico, também teria economia de visão. Começou a chover, e muito, e o limpa pára-brisas parecia mover-se apenas porque aquele mecanismo ainda funcionava porque limpar….não limpava nada. O Sr. Motorista conduzia por instinto certamente. Já no centro da cidade, tivemos que esperar que a chuva passasse, junto aos Correios onde era proibido entrar de capacete e falar ao telemóvel. Ao lado um cartaz anunciava que era possível passar uma noite no museu marítimo em forma de caravela: “A nite in the museum” (sim nite). O meio de transporte mais caricato é o riquexó, enfeitado com fitas de enfeitar as árvores de natal, flores de plástico, bonecos de pelúcia, e música em alto som. À noite acendiam-se as luzinhas de natal e era a atracção turística. Também experimentámos um outro meio de transporte que foi o autocarro da cidade para visitarmos o bairro dos portugueses, que ficava um pouco distante do centro histórico. Desengane-se quem pense que aqui vai encontrar um bairro com arquitectura colonial portuguesa. O bairro original não existe mais. Muitos séculos passaram. Manteve-se a cultura cristang, aliás que é também o nome da comunidade, resultante da mistura entre Portugueses, Malaios e/ou Indianos, as placas com os nomes de ruas e a língua. O crioulo falado é o papiaçam cristang, um pouco parecido com o patuá de Macau. Tivemos oportunidade de sentar com um grupo de pessoas locais que falavam o crioulo, mas com quem percebemos ser difícil de comunicar, mudando muitas vezes para o inglês. Um grupo muito simpático que nos acolheu muito bem no seu café de bairro.
O bairro chinês de Malaca, que pertence ao património histórico da humanidade, é onde se desenvolve parte da vida diurna e nocturna. Esta comunidade mantém-se firme, com uma bonita arquitectura e novas gerações de chineses, já de raízes malaias, mas continuando a praticar a cultura chinesa e a sua língua. Neste bairro existe um templo chinês, uma mesquita, um templo indiano e uma igreja, reflexo da miscelânea cultural desta cidade(e do país).
O bairro, com casas tipicamente malaias, ficava num outro ponto da cidade. Umas mais engalanadas do que outras. Pessoas simpáticas. Não foi possível vê-las por dentro pois seria invasão.
Quando provámos a “malacca portuguese food” simplesmente comemos comida malaia com raízes na comida portuguesa de há muitos anos. É tão diferente que jamais lhe chamaria comida portuguesa, no entanto para quem anda longe do cantinho à beira mar plantado, como nós, imaginar que estamos a comer comida “portuguesa” faz bem às saudades.
A cidade tem bastante oferta em termos de alojamento, desde os mais baratos, aos mais caros. O hotel mais central e que compensa pelo valor que se paga e pelas condições é o Aldo. A cidade é pequena, por isso bastam três dias para visitar todos os pontos de interesse.
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